sábado, 29 de março de 2014

O que é um Nerd?

Esse deveria ser o primeiro post do meu blog. Enfim...

O que é um nerd? Essa talvez seja uma das palavras mas amplas e vagas que existe.

Apesar de essa palavra já estar presente em alguns dialetos com significados diversos, a primeira vez que essa palavra apareceu documentada em um livro foi em 1950 dentro de uma das fábulas do Dr. Seuss. O Nerd, na história, era um animal (fictício) “esquisito que vivia longe dos outros animais do zoológico”.

A palavra começou a se popularizar nos meados da década de 70, quando alguns “reality shows” começaram a usar “nerd” como um bullying para aqueles que tem algum grau de autismo. Já ouvi relatos que, nessa mesma época no Brasil, se designava “nerd” quem passava no vestibular.

Muitos estudiosos insatisfeitos com a teoria do Dr. Seuss (o animal aparecia apenas em uma ou duas frases no conto, o tal livro não ficou muito famoso e não se tinha outra documentação da palavra nas décadas de 50 e 60); elaboraram outras teorias para a origem da palavra, desde “bêbado ao contrário” para designar os “anti-festeiros” (drunk = knurd = nurd = nerd); até o mito de certos funcionários de Detroit gostarem de trabalhar até depois da hora (Northern Eletric Research and Developement).

Apesar de existir vários tipos de nerds, todos eles têm dois elementos em comum: a sensação de bullying por não ter o mesmo gosto e preferência da maioria e/ou a opção (não necessariamente dificuldade) de não querer se socializar com outras pessoas.

Algumas considerações. Um: você não precisa ser inteligente para ser um nerd (conheço muito nerd burro). Dois: você não precisa ter sofrido bullying, apenas achar ter sofrido é o suficiente. Três: se você se considera nerd, então você é um nerd; ninguém tem autoridade de dizer quem é ou não é um nerd (assim como em feminismo e Annonymous).

Quando alguém fala em “algo nerd” ou em “cultura nerd”, essa pessoa está basicamente falando de um conjunto de todas essas coisas: ciência, matemática, ficção científica, fantasia, videogames, super-heróis e cultura popular do Japão. Oras, se “não ter o mesmo gosto da maioria” é uma característica nerd, porque a “cultura nerd” parece tão estrita? Por dois motivos:

O primeiro é a internet. Quando esses nerds curtiam algo que a grande maioria não curtia, aliado com o aspecto anti-social, dava-se a impressão de que, por curtir aquilo, o nerd era especial ou tinha algo de especial. Quando a internet surgiu, se tornou possível com que pessoas conversem com as outras sem precisar estar próximo ou até mesmo falar. Com o mundo mais conectado, deu para perceber que as coisas “nerds” tinham muito mais adepto do que se imaginava.

O segundo fator é de classe. Quase todas as coisas “nerds” que existem (assim como em filmes, seriados e quadrinhos da época) tinham apenas um público-alvo: homem branco hétero cis de classe média-alta com dinheiro o suficiente para consumir. Ou seja: era uma alternativa “anti-social” feita de uma classe dominante para a mesma classe dominante. Por isso eu não concordo com a idéia de que “os nerds dominaram o mundo”: nunca houve de fato uma mudança de poder, os dominantes são que ficaram menos sociais. Eu não estou negando a existência de mulheres, negros ou gays nerds; apenas estou dizendo que nada na “cultura nerd” foi pensado para eles ou que permita a sua entrada, o que é muito chato.

Preciso ter uma conversinha com os nerds sobre isso... em uma outra postagem.

P.S: Eu criei uma página do Nerd Erudito no Facebook! Se vocês gostarem do blog, curtam lá: é uma boa referência para saber a popularidade do blog!

sexta-feira, 21 de março de 2014

Halo é uma apologia ao neonazismo!

Graças ao blog “Meu professor de história desistiu de mim”, meu post sobre Call of Duty conseguiu  500 visualizações em dois dias. Obrigado, Professor!

Antes de começar o meu post; estou ciente que muitos desses leitores falaram que as tais mensagens subliminares foram impostas ou que foram intencionalmente colocadas alí por alinhamento político da publicadora em questão. Em nenhum lugar eu acusei que a publicadora ou as desenvolvedoras eram racistas ou conservadoras.

O que, de fato, acontece é que as desenvolvedoras se dedicam cada vez mais ao multiplayer e menos ao single-player. E, convenhamos, é muito mais fácil escrever uma história sobre “país X invade os EUA” do que uma catarse de guerra ou um “plot twist” complexo.

Uma história ser “acidentalmente conservadora” não deixa de ser conservadora e as mensagens subliminares ainda estarão alí, apesar da intenção e o meu post foi feito para apontá-las.

Muitas das outras pessoas que leram o texto do Call of Duty se espantaram com a mensagem ultraconservadora da franquia. Estou escrevendo esse post para dizer que tem franquias MUITO piores em relação a esse quesito. A franquia que vou falar hoje?

HALO (post começa aqui)

Não existe algo que atrai mais os olhares de “hardcore gamers” do que franquias (ok, além de “gráficos”). Só de colocarem um número no título são capazes de ter uma ereção do Maracanã ao Corcovado (afinal de contas, se teve o 2 significa que o 1 era bom, né?).

Dito isso, Halo é, de longe, a franquia mais “over-rated” (sobre-avaliada) da história dos videogames. A franquia é responsável por, sozinho, alavancar as vendas do Xbox original, tornar viável o sucessor 360, fazer sucesso e fazer tornar viável Xbox One; fazendo da gigante de software Microsoft em também uma gigante dos videogames; além de ser a maior franquia de games de consoles antes de Call of Duty dominar.

Digo que over-rated porque NADA justifica o sucesso da franquia: tem nada de diferente e inovador nessa franquia. Tipo, até Call of Duty tem motivos para ter sucesso: o sistema de killstreaks, as grandes variedades do modo mutiplayer e a introdução do conceito de uma guerra “WWII-like” em dias atuais. Mas Halo tem nada (não, a Warthog é muito pouco para justificar isso tudo).

Sinceramente, o grande motivo do sucesso de Halo é simplesmente a introdução do gênero FPS (tiro em primeira pessoa) nos consoles, algo que era exclusivamente para PCs (e que sempre funcionaram e sempre funcionarão melhor no PC porque o mouse é mais preciso do que a alavanca de console). Ok, falando tudo isso, vou ser mais direto ao ponto:

HALO É UMA APOLOGIA AO NEONAZISMO!!!

Eu sei que é uma acusação muito forte a ser feita, e não estou acusando a desenvolvedora ou a publicadora de serem nazistas, apenas a sua obra (que os responsáveis deveriam dar explicações). Me desculpe se o texto não ficar tão bom quanto o do Call of Duty: é que eu não sou muito conhecedor dessa franquia, mas sei o suficiente para embasar a minha acusação.

Diferente de CoD, Halo tem uma única história com sequências diretas (Halo 1; 2; 3; 4;...) e tem alguns jogos que contam a história que acontece entre um e outro (ODST, Reach,...). Dito isso, vamos a história:

Meio milênio do futuro, a humanidade conseguiu um avanço tecnológico o suficiente para fazer viagens espaciais e visitar outros planetas. Porém, a humanidade basicamente fica resumida em um único planeta, chamado Reach, porque é acuado por raças alienígenas ainda superiores tecnologicamente aos humanos.

Os humanos são altamente dependentes de uma classe chamada de Espartanos para sobreviver. Essa classe vive exatamente da maneira do que você pensa: são humanos treinados especificamente para a guerra desde que são nascidos. O protagonista do jogo é um dos Espartanos, que é chamado de Master Chief.


Uma pausa na história: Master Chief é conhecido como o mascote da marca Xbox. O nome é idiota, ele não tem um rosto (é reconhecido pelo seu capacete), não tem emoções, não tem fobias, não tem personalidade, não tem preferências culturais, não tem prazer, não tem carisma e não tem orientação sexual. Ele é um organismo biológico desenvolvido somente para matar. Ele é, de longe, o pior mascote que a humanidade já criou. E você reclamando do Fuleco...

Voltando: os espartanos são treinados para a guerra por toda a vida. Como a armadura de guerra é pesada demais para um humano aguentar, eles precisam de tomar um soro que os transformem em super-soldados. O soro é muito potente e muitos morrem durante o processo. O mais assustador não é o conceito do super-soldado: é a de que o primeiro sinal que o soro funcionou em um determinado espartano é a DE O OLHO DELE FICAR AZUL.



Eu não acredito que escrevi isso... Alguém por favor defina “raça ariana” pra quem criou essa história por mim? Grato.

Os inimigos: uma aliança (isso mesmo: grupo) de aliens conhecido como Covenant. Diferente dos espartanos, que parecem idênticos de um para o outro; os Covenant são absurdamente diversos entre si: tem aliens de todos os tamanhos, pesos e cores. É tão colorido que parece uma invasão de clones de integrantes da banda Restart.



Eu sei o que os fãs vão dizer: os Covenant são diversos porque é uma raça extremamente teocrática e que escraviza outras espécies usando religião e a usam como mão-de-obra escrava de diversas maneiras, como por exemplo, soldados de guerra.

Só que a noção de “monocultura bem vs multicultura mal” ainda está ali e, se a intenção foi fazer uma crítica a doutrinação religiosa, me diga porque então boa parte da jogabilidade se resume a seguir ordens de NPCs (personagens não jogáveis) de patentes superiores a sua, hein?

Os Covenant não gostam dos humanos porque a simples existência de humanos já torna a “Bíblia” deles paradoxal (eu não sei dizer o porquê, talvez o motivo seja que seus deuses já lutaram contra humanos e relatarem tendo exterminado), mas também porque no planeta dos humanos têm resquícios de Arks (instalações de seus deuses), como veremos a seguir.

Os deuses dos Covenant são chamados de Forerunners. São uma espécie ainda mais desenvolvido tecnologicamente que viveu muito tempo no passado e que lutou em uma guerra contra uma espécie chamada Flood, que são parasitas que precisam de um hospedeiro com consciência para crescer e reproduzir.

Qual foi a idéia dos Forerunners para acabar com a guerra? Usar as Arks para construir Halos (daí o nome da franquia). Halo, que tem esse nome pelo seu formato, é habitável, gera gravidade própria da maneira idêntica a estação espacial de “2001, uma odisséia no espaço” e é uma arma capaz de destruir galáxias.



Isso mesmo: o plano dos Forerunners era destruir uma galáxia inteira, matando todos os Floods, os portadores dos Floods e potenciais portadores dos Floods. UAU! Nem faz uma semana que uma integrante de BBB falou que deveriam matar todos os portadores do vírus HIV.

“Mas eles são os vilões do jogo”, né? Sim, mas isso não torna os Floods automaticamente os mocinhos. Então, em uma invasão Covenant contra os humanos, os aliens acidentalmente atiram em um dispositivo que liberam os Floods que os humanos têm armazenado e os liberam, adicionando mais um vilão para o jogo. Tirando uma casta específica de Covenant, todos os aliens do Universo da franquia são inimigos dos humanos. Péssima diplomacia ou mania de vitimismo?

E aí que a confusão começa e o meu conhecimento da franquia acaba.

Mas, sério, será que ninguém percebeu os conceitos neonazistas presentes na franquia? O culto a uma raça superior, a vilanização da diversidade e a exterminação de seres inferiores (ou defeituosos)? Tipo, isso não seria o tripé da ideologia neonazista? Será que isso já está tão enraizada que nem percebemos?



Observação: criei uma página do Facebook para o blog. Se vocês gostarem do conteúdo do blog E tiverem Facebook, podem curtir!

quarta-feira, 19 de março de 2014

Opiniões sobre a oitava geração de videogames

1250 visualizações! Uau!

Então, achei que este seria um bom momento para dar as minhas opiniões sobre a oitava geração de videogames que acabam de ser lançados (XboxOne, PS4 e WiiU), ok?

Spoiler: não vale a pena comprar qualquer um desses no momento. O motivo é óbvio: só um idiota abriria mão de milhares de opções de jogos para pegar um console de uma dúzia de opções só para ter jogos “bonitinhos” (hardcore e idiota parecem ser sinônimos).

Vou começar pela opção mais idiota: XBOX ONE



O próprio nome já é motivo de chacota: várias pessoas do exterior já o chamam de Xboner (“boner” é uma gíria inglesa para “ereção”). Mas, falando sério, muita gente já a apelidou de Xbone (não é menos estúpido que Xbox One, mas é mais curto).

O pior do nome Xbone (vou chamar assim a partir de agora) é de que ele não tem consideração por seu passado ou pela condição artística dos videogames. Digo, já existia um Xbox One (se você considerar a lógica de Play Station One). Ele não tem considerações pelo passado, nem pelo 360, já que não será retrocompatível, ou seja, tudo que você tem no 360 irá pro lixo. E não estou falando só de você: uma parte da história da mídia vai ser extinta. Um atentado a arte. Imagina como foi descobrir que quase metade dos filmes feitos na história da humanidade foi destruída para sempre? Um desastre, não é?

Engraçado foi a justificativa para não ter a retrocompatibilidade: a de que quase ninguém jogava os jogos do Xbox original no 360. Óbvio que quase ninguém jogava: quase tudo era porcaria. Digo, tirando o Halo (que, em minha opinião, é uma porcaria), que outro exclusivo valeria a pena? Eu não estou dizendo para ignorar o Xbox original: toda obra de arte (mesmo que péssima arte) é importante para a humanidade.

Todos (os “grandes três” dos videogames) estão sabendo que o conceito de “máquina que só roda jogos” é algo ultrapassado. Só que tá difícil apontar (para eles) o que seria um futuro para consoles. O Xbone quer ser concorrente de uma SmarTV.

Preciso te dizer porque essa estratégia é imbecil? Digo, para ter uma Smartv (Xbone) seria preciso conectar a uma Smartv (tela) para funcionar, o que tornaria o Xbone obsoleto.

Na apresentação oficial, os apresentadores estavam preocupados em falar de TV, seriado, filmes, praticamente esquecendo que estão vendendo um console de videogames, e mesmo assim, os trailers de videogames eram quase todos em live-action. Todos nós sabemos como isso deu muito certo na época do Sega CD (ironia). Ou seja, os próprios vendedores estão com vergonha de vender o seu produto.

Todo mundo sabe que o que interessa no console são seus exclusivos, então eu vou falar (já que eles não falam). Tiro, corrida, tiro, esporte, tiro, guerra, tiro, testosterona, guerra... já falei em tiro? Tirando (haha) os jogos de esporte e corrida, os demais têm “atirar em algo” como mecânica principal. O Xbone está desesperado para conseguir um público-alvo que já tem. E tenta ser o mais “bolinha” possível.

Xbone não é apenas machista. É misógino. Em uma apresentação de um de seus jogos, eles convidaram a única mulher da equipe de desenvolvimento do jogo para demonstrar e, no meio da apresentação (ela estava perdendo), falaram uma “piada de estupro” para ela. MAS QUE PORRA É ESSA? E depois fica falando mal de Farmville e Candy Crush, de majoritário feminino. Francamente...

Infelizmente o Xbone vai conseguir, pelo menos, se sustentar: com o Halo de sempre e tendo as melhores versões de futuros Call of Duty e FIFA já são o suficiente para convencer alguns milhões de jogadores. Porém, não vai ter sucesso absoluto, já que seu público-alvo é bem reduzido e os custos de seus jogos são cada vez mais caros, a tendência é de que seja um suicídio a longo prazo.

Aqui no Brasil, é o console da oitava geração que mais vende disparadamente (pelo menos eu percebo isso). Isso se deve a dois fatores: SmarTVs não são realidade no Brasil ainda e o preço abusivo do PS4. Ou seja, estão vendendo mais pelo demérito do concorrente do que mérito próprio.

Falando em PLAYSTATION 4:



Nome menos idiota dos três para fazer sentido a progressão.

Como em Xbone, este também não terá retrocompatibilidade. Dessa vez, a “desculpa” é de que é muito “difícil” fazer isso. Isso é completamente idiota. É difícil, mas não é impossível. A “biblioteca” Playstation é um dos bens mais valiosos (senão o mais) da história do videogame. O risco vale totalmente a pena tomar.

Os jogos de PS1 introduziram milhares de pessoas a jogarem videogmes e fizeram com que isso não torne um hobby exclusivo para ultra-nerds e geeks (essas pessoas fazem parte do que é chamado de “Geração Playstation”). Os jogos de PS2 são conhecidos mundialmente por ter a maior variedade e qualidade de jogos. Quase todos os experientes no assunto afirmam que o PS2 foi o melhor console da história.

Bem, agora que já foi lançado (a merda foi feita), é melhor que lancem algum tipo de emulador no console que dê para rodar (seja download ou streaming) as versões anteriores de Playstation. Essa é a diferença entre ser “o melhor console da oitava geração” e “o melhor console da história”. Eu pensaria em pagar 4 mil por isso (ok, talvez um pouco menos que 4 mil eu começaria a pensar).

Falando no preço: A CULPA É TODA DA SONY. A Sony sabe que a classe média brasileira gosta de botar a culpa no governo em tudo (eu poderia repetir a piada da quina da mesa aqui). É só chutar um valor alto e culpar os impostos que está tudo bem. Com carro funciona a mesma coisa. O preço dos automóveis nunca cairão drasticamente porque as montadoras sabem que o carro vai ser comprado pelo alto valor. Quer saber o porque?

STATUS! Esse é o “Valor Brasil”. Os brasileiros têm mania de aproveitar as coisas mais pelo fato de as outras pessoas não conseguirem pagar do que realmente a coisa de que está aproveitando. Duvido que a elite brasileira viajaria para Paris se suas empregadas domésticas também forem para lá. Eles não estão lá para “ver a torre Eiffel” (ok, alguns até estão); estão lá para dizer as outras pessoas: eu fui, você não!

E é isso o que aconteceu no episódio do “gamer” que tirou a foto comprando o PS4 de R$4 mil: ele queria mostrar status. Chamá-lo de “idiota” por ter gasto o dinheiro é EXATAMENTE o que ele quer que você faça: ele quer sentir a sua “inveja” do status dele. Idiota? Sim. Mas esse tipo de pessoa merece ser ignorado por completo.

Todos (os “grandes três” dos videogames) estão sabendo que o conceito de “máquina que só roda jogos” é algo ultrapassado. Só que tá difícil apontar (para eles) o que seria um futuro para consoles. O PS4 quer ser concorrente do Facebook.

O irônico é que os exclusivos do PS3 eram conhecidos por serem sobre individualidade. Ok, você poderia argumentar que praticamente todo jogo é, em algum grau, sobre individualidade. Porém os do PS3 são um pouco mais evidentes, considerando que os exclusivos mais vendidos eram sobre um guerreiro espartano que derrotava deuses gregos sozinho e de um Danilo Gentili que se acha Indiana Jones que se mete no meio do mato para matar “não-brancos”.

Na apresentação oficial, os apresentadores falaram em criar uma nova “rede social” onde todos os jogadores estariam conectados e poderiam compartilhar com um só botão. Problema? TODOS os apresentadores eram homens brancos de 25-35 anos. Que “rede social” diversa, hein. Ok, posso dizer uma coisa para quem criou o botão de compartilhar?

VAI TOMAR NO ¢#!

Eu estou ciente que as pessoas estão cada vez mais conectadas e até mais dependentes das redes sociais. Porém, tem hora que é preciso parar (ex: avião, cinema, estudar, dormir). Outro fator que é importante também é que tem gente que gosta de jogar com amigos e gente que gosta de jogar sozinho, assim como tem gente que gosta de ler livros para ter um tempo sozinho ou quem gosta de ver filmes sozinho. Tem momentos que é preciso ficar um tempo sozinho.

Imagine que esteja jogando um de terror: seria uma completa quebra de imersão chegar uma notificação de um amigo numa hora dessas. Falando de quem estuda muito (medicina), eu preciso de tempo para estudar e eu precisava deixar o Facebook ligado, já que na minha faculdade, ninguém sabia o dia, hora e local da próxima aula(nem os próprios professores), que era notificado lá (algumas vezes em cima da hora). Era um porre estudar; imagina fazer qualquer outra coisa. O ponto que eu quero chegar é que, algumas vezes, rede social demais acaba incomodando.

Exclusivos? A grande maioria são sequências de franquias iniciadas na geração anterior e os outros têm jogabilidade muito semelhante a algum jogo de PS3. Fala-se em um apoio a jogos indies (aqueles que não dependem de grandes publicadoras para serem lançados) para tentar fazer um sucesso parecido com o Steam. Até onde ouvi falar, esse (indie) é o principal motivo da liderança mundial do PS4 na oitava geração, mas nada justifica os 4 mil.

Para concluir: o WII U



Não estou me referindo a uma onomatopeia de uma ambulância (eu poderia), mas dessa vez estou falando do console da Nintendo, o sucessor do Wii.

Todos (os “grandes três” dos videogames) estão sabendo que o conceito de “máquina que só roda jogos” é algo ultrapassado. Só que tá difícil apontar (para eles) o que seria um futuro para consoles.
O WiiU quer ser concorrente dos tablets/smartphones.

É a única das três que realmente conseguiu identificar, de fato, o principal concorrente dos consoles hoje em dia, principalmente porque tentou lançar um portátil; o 3DS (que só fez sucesso relançando os melhores jogos da década e com um corte maciço nos preços).Afinal de contas, para que ficar parado em um lugar para jogar se eu posso jogar em qualquer lugar?

Então, qual é a idéia da Nintendo em tentar competir com os tablets? Lançando um tablet como controle. É... pelo menos podemos dar o crédito por tentar fazer algo diferente. O motivo de não ser uma boa idéia é que o sistema ocular humano não funciona como a de um camaleão: não dá para focar em duas telas ao mesmo tempo. E, mesmo se tivesse algo importante na tela secundária, apertar o botão de inventário (que sempre existiu) é bem mais prático e gasta menos bateria.

O tablet só funcionaria em um tipo específico de jogo: o multiplayer offline (leia-se jogar com os amigos em casa). Nesse caso, é uma ótima idéia: a TV mostra o jogo e a tela do tablet mostra as informações particulares úteis para cada jogador. O problema é que isso quase não existe mais. As pessoas hoje preferem ficar jogando online.

O tablet também seria uma boa idéia em residências onde as pessoas de casa lutam para saber se vão jogar o assistir TV. Afinal de contas, é só passar para o jogo para a tela e continuar jogando enquanto a outra pessoa assiste TV. As duas pessoas ganhariam a situação.

WiiU é o único que é retrocompatível: não apenas com os jogos do Wii, mas com os controles também. A variedade de jogabilidade do WiiU é algo realmente que atraiu minha curiosidade no console: a opção de jogar ou com o tablet ou com o controle do Wii ou com o controle tradicional. Com uma variedade de jogabilidade, pode ser possível uma diversidade de jogos também.

O problema é que essa diversidade de jogos não vai existir. Os desenvolvedores estão “brigados” e se recusam a lançar algum jogo para algo da Nintendo. Todos vão achar que isso é uma “picuinha” dos “hardcore games” que não gostam do público-alvo do Wii (leia-se a família inteira) ou que a Nintendo é “infantil” demais, mas é preciso um contexto histórico para entender.

Na época da Super Nintendo, se você quisesse lançar um jogo para aquele console, era preciso seguir várias normas muito restritas da Nintendo era isso. Por um lado, é muito difícil você encontrar um jogo realmente ruim lançado para a Super Nintendo, por outro era uma enorme concentração de poder e uma baita restrição de liberdade criativa. Nintendo não gostava apenas de liderar o mercado: ela queria controlar a seu gosto. Não é a toa que a Nintendo demorou muito para adaptar aos CDs e queria tudo nos cartuchos (já que ela produzia os cartuchos).

Agora, em um mundo onde quase nada é exclusivo e o seu principal concorrente deixou de ser uma empresa de videogame que desenvolvia jogos defeituosos de um ouriço azul para duas empresas que não dependem exclusivamente de videogame, a dinâmica de poder mudou drasticamente e tudo que você precisa é de jogos que os desenvolvedores fazem para fornecer aos produtores de console. E os desenvolvedores que já trabalharam para Nintendo já sabem como é a situação lá dentro e não querem voltar lá.

Exclusivos? Um punhado. Você sabe como é a Nintendo; tendo que desenvolver (e dessa vez, depender) seus próprios jogos. Franquias não faltam: Mario, Zelda, Metroid, Pokémon, Kirby, etc... Com o adicional de seus jogos agora ter opção de jogar com personagens femininos. É isso mesmo: você sabe que a indústria de videogames está perdida quando a empresa de consoles menos machista é aquela que introduziu e popularizou o estereótipo da “princesa em perigo” na mídia (e não o abandona por motivos “nostálgicos”).

Bem, é isso aí pessoal! Se quiserem jogar algo, é melhor ficar por aí mesmo ou tentar algo no PC. Eu vou aproveitar o tempo e estudar mais um pouco. Mais um muito, para ser sincero.

segunda-feira, 17 de março de 2014

A política em Call of Duty

A juventude da década de 60 lutava contra a ditadura, a da década de 80 lutava pelas eleições diretas e a juventude de hoje luta... pela volta da ditadura. Será que eles nunca estudaram história na vida? Tipo, será que eles não sabiam que não existia notícia de corrupção porque existia censura na época?

Esse tipo de gente, seja neonazista ou reacionário, está em todo lugar da internet. Em qualquer notícia publicada tem comentários asquerosos culpando o governo por tudo (até mesmo se baterem o pé na quina da mesa são capazes de culpar o governo). Mas por que será que existe tanta gente assim? Pior: porque tanta gente jovem?

Observação: eu não estou dizendo que o governo é perfeito, tudo de bom ou que é capaz de resolver todas as mazelas existentes do país. O governo tem seus problemas. Sim, tem muito que melhorar, mas dizer que tá “tudo errado” e ficar fazendo acusação sem provas e ameaça de mortes a representantes do governo é algo completamente diferente.

Os blogueiros, mais precisamente os mais alinhados com a ideologia do governo atual, gostam da teoria de que a velha mídia (leia-se jornais e revistas) faz a cabeça destas pessoas. Estou escrevendo este post para simplesmente acrescentar uma variável importante para esta equação que sempre sai desapercebido por todos:

CALL OF DUTY

É inegável o sucesso dessa franquia, tendo lucros que fazem qualquer estúdio de cinema ter inveja dos videogames e vendendo dezenas de milhões de unidades anualmente. É a franquia mais famosa de videogames de consoles (leia-se PS3 e Xbox360, principalmente a segunda). No Brasil, só perde para os de futebol (FIFA e PES).

Todos os jogos (quase) hoje feitos para console querem ser Call of Duty: querem imitar os seus números, tem a mesma estética amarronzada, são de tiro (de primeira ou terceira pessoa) ambientados em guerras e (mais importante) se CoD seguir uma ideologia política, quase todos irão seguir.

Esse post será feito para analisar o enredo, o conteúdo político e as mensagens subliminares das subfranquias (sim, existe subfranquias no videogame; cinéfilos vão ter que se sentir aliviados por existir apenas franquias no cinema) Modern Warfare, Black Ops e o jogo mais recente Ghosts.

Eu estou ciente que as pessoas compram para ficar jogando a versão multiplayer, mas isso não evita que muitas dessas joguem o single-player (que funciona, basicamente, como tutorial do multiplayer) e isso não faz desaparecer as mensagens subliminares existentes no single-player. Então, lá vamos nós:


CALL OF DUTY 4 ou MODERN WARFARE (2007)

Vou tentar resumir o mais rápido possível: um grupo ultranacionalista (comunista) russo (liderado por Zakhaev) financia um golpe de estado em um país inespecífico do Oriente Médio executa o seu presidente ao vivo nas TVs, enquanto isso os EUA planejam em uma intervenção militar.

Eu sei o que você vai dizer: é basicamente a Ucrânia de hoje só que com papéis invertidos.

EUA invade o país, o novo presidente foge para o Azerbaijão e uma tropa americana (junto com aliados britânicos) são enviados para lá. Encontram o presidente, o interrogam e, assim que descobre a ligação com Zakhaev, o executam.

A tropa vai atrás do filho de Zakhaev por informações e, assim que o filho tem ciência que os americanos vão atrás dele, comete suicídio. Zakhaev culpa os americanos pela morte de seu filho e lança ogivas nucleares contra os EUA como retaliação. Nem precisaria dizer o final: os mísseis foram interceptados e o líder morto (apesar de seu assassino dar a entender que também morreu).

CoD 4 é universalmente reconhecido como o melhor jogo de sua franquia (eu diria que é o único bom) porque, apesar de vários dos elementos da jogabilidade dos Cod de hoje foram introduzidos nesse jogo; este é o único da franquia que condena a prática da guerra, ao invés de exaltar ou fetichizar. Como assim, condenar?

Tem um momento do jogo que, durante uma guerra dentro da cidade, uma ogiva nuclear é detonada por ali. O seu personagem cai deitado pelo impacto e é obrigado a ver os destroços da bomba, com a destruição dos prédios de cidade e a morte dos cidadãos enquanto rasteja lentamente até a morte: um dos momentos mais dramáticos da história dos videogames.


Se eu estou falando que CoD é responsável por desinformar e manipular as pessoas, porque estou exaltando esse jogo? Porque simplesmente a franquia só vai de ladeira abaixo a partir de agora. Apertem os cintos porque a descida é grande!


CALL OF DUTY MODERN WARFARE 2 (2009)

História começa cinco anos depois de onde o antecessor terminou: Zakhaev morre, Makarov assume o comando da facção ultranacionalista, consegue o controle da Rússia e começa a praticar atentados terroristas por toda a Europa.

Um desses dentro do próprio país. No famosíssimo nível “No Russian”, você (jogando como um agente americano infiltrado na facção) é obrigado a assistir um grupo de terroristas da facção fuzilando milhares de pessoas do aeroporto de Moscou e te incriminando por isso.

Muitos vão dizer que isso é uma tentativa de repetir o evento traumático do jogo anterior, mas é mentira. Essa cena está lá apenas para mostrar o quanto os comunistas são “malvadões”.

Então, uma força-tarefa americana vai rodando o mundo (inclusive no Rio de Janeiro) atrás de provas que incriminem Makarov que, dito anteriormente, culpa os americanos pelos atentados.


CoD: MW2 sofre do que eu vou chamar de “Sequelite” (neologismo), ou seja, a necessidade de ser maior do que o antecessor. Maior. Mais barulhento. Mais ameaçador. Mais explosivo. Mais dramático. Mais tudo. Mais. MAIS. MAIS. Tinha uma explosão nuclear? Vamos botar várias! Um mocinho morreu no final da fase? Vamos botar vários mocinhos morrendo no final das fases! Atentado terrorista em um país? Vamos colocar em vários! Isso tudo tende a piorar no terceiro jogo, mas vamos dar uma pausa agora, porque entre os dois foi lançado o:


CALL OF DUTY BLACK OPS (2010)

Se você acha que esta franquia ficou paranoica com a noção de que a Guerra Fria ainda não acabou, você ainda viu nada. O jogo inicia com uma missão de assassinar Fidel Castro. Só que o Fidel assassinado era um sósia, o verdadeiro Fidel te captura e te envia para a União Soviética onde os soviéticos fazem um interrogatório.

A história é tão confusa que nem vale a pena detalhar. Como quase todo o jogo é passado em flashback (na época da Guerra Fria), foi-se arranjado uma desculpa narrativa para encher de explosões a cada minuto, cortando para outro flashback no exato momento em que fica chato (leia-se sem cenas de ação).

Estranho perceber que, para os desenvolvedores desse jogo, “Black Ops” parece significar “a céu aberto”. Quase nenhuma fase de espionagem, tudo guerra das mais explosivas.

Grande maioria dos flashbacks se situa em momentos icônicos da Guerra Fria, como na guerra da Baía dos Porcos e a Guerra do Vietnã, com a diferença de que o jogo conta dando a impressão de que os americanos tivessem “ganho” estas batalhas.

Enquanto essa subfranquia não se decide em que ponto quer chegar, vou voltar ao:


CALL OF DUTY MODERN WARFARE 3 (2011)

Nesse jogo… RÚSSIA INVADE OS ESTADOS UNIDOS. O que? Eu estou falando sério. Invasão tipo “colocar a infantaria e ocupar cidades”. Não só com os EUA, mas com toda a Europa simultaneamente (de onde saiu tanta gente?). WTF? Tipo, será que essa gente que fez o jogo não sabe o motivo da Guerra Fria ser... FRIA? Tipo, invadir um país que tem arsenal nuclear é um suicídio.

Convenhamos que foi muito mais divertido para os desenvolvedores criarem o jogo do que para os jogadores de fato jogarem (leia-se imaginar como que seria se o país fosse invadido militarmente). Matar comunistas na vizinhança durante uma invasão comunista é provavelmente o que se passa na cabeça de Rodrigo Constantino e Reinaldo Azevedo quando estão masturbando. Os desenvolvedores estavam brincando com o ambiente como se estivessem brincando com LEGO: montando, destruindo, desmontando, explodindo, recolocando...


Porém tudo parece sem emoção e completamente fora de contexto. Makarov, que em jogos anteriores tinha recursos limitados e uma pequena facção, parece um vilão típico de 007, com um arsenal absurdo e recursos quase infinitos. Cadê a coerência? Se quiser ser mais uma imitação de 007, tudo bem. Mas, por favor, não me venha falar que isso é uma “guerra moderna” ou “realístico”.

Dito isso, vamos voltar a:


CALL OF DUTY BLACK OPS 2 (2012)

A única semelhança entre esse e o seu antecessor direto (Black Ops) é que compartilham o mesmo protagonista: Alex Mason (nome mais genérico impossível). Ok, tem mais alguns outros personagens secundários também, mas nada tão importante assim.

Pelo menos eles decidiram que vai ser o vilão dessa vez: Raul Menendez (Sim, um latino). Um traficante de armas que lucra vendendo armas em guerrilhas africanas. Engraçado, sabendo que Oliver North foi garoto-propaganda desse jogo e é um criminoso de guerra tendo feito EXATAMENTE a mesma coisa que o vilão do jogo que ele vende.

Então por que North é herói e Menendez é vilão? Porque, além da parte de North ser americano, Menendez também era líder da Cordis Die, um movimento populista, que se intitula “os 99%”, de protesto contra a desigualdade econômica, social e contra a ganância dos 1% dos mais ricos. Soa familiar? (Occupy Wall Street)

Os métodos da Cordis Die? Hackear os computadores e tendo acesso aos equipamentos militares americanos e o congelamento da bolsa de valores chinesa, os dois maiores medos dos americanos de hoje. Ou seja: Cordis Die é a mistura entre o Occupy e o Annonymous, duas das instituições locais que os republicanos mais odeiam.


Parece que a franquia cansou de mirar os alvos mais genéricos (árabes e eslavos) e está considerando que o vilão da história agora é O POVO! Essa, com certeza, é uma das atitudes mais canalhas que alguém ou alguma instituição pode tomar.

Não é só a mensagem que parece elitista: a sua jogabilidade também é. Tem vários equipamentos que vários jogos poderiam basear toda sua jogabilidade neles e aqui está só para aparecer por cinco minutinhos e nunca mais usar. É aquela coisa de riquinho: tem tanta coisa que acaba não dando valor porque tem em excesso.

Tirando a parte que o “povo é vilão”, a outra moral da história é a de que máquinas “atestosteronadas” nunca irão substituir os homens “másculos, honrados e viris”.

Observação: eu estou ciente de que o vilão usa o povo como massa de manobra, mas isso não faz com que as organizações em si deixem de soar malévola.

Tem como ser pior que isso? Ah, tem sim. Deixei o pior para o final. Corrijo: deixaram.


CALL OF DUTY GHOSTS (2013)

Muitos podem pensar que, pelo nome, deve ser uma história sobre eventos paranormais (seria excelente) ou sobre um dos personagens da subfranquia Modern Warfare, mas na verdade é só um outro nome para guerrilha.

O vilão da vez? Toda a América do Sul. Sério!

Tipo, eu ainda não entendo porque ninguém, NINGUÉM aqui do Brasil ficou PUTO ao saber dessa informação. Nenhum jogador ficou irritado ao ser chamado de “vilão” pelos criadores de sua franquia favorita! Muito pelo contrário: os fãs ficaram mais felizes do que nunca. Por que? Masoquismo? Desconhecimento do fato?

Sério, se alguém me chamasse de malvado e não tivesse uma explicação profunda, filosófica ou existencial para isso (você é mal porque é diferente de mim), eu certamente iria mandar o cidadão se enfiar nos confins de seu retroperitôneo.

**suspiro**


O que os sul-americanos (no jogo são chamados de Federação) fazem? Simples: Roubam ODIN. No jogo, a Orbital Defense Iniciative (ODIN) é um satélite portador de mísseis nucleares, sendo um artefato capaz de atirar ogivas nucleares em várias partes do planeta simultaneamente.

COMO? Tipo, será que eles nunca pensaram em como a ONU iria reagir se soubesse que esse tipo de coisa existe? E, se isso existisse, não seria justo se essa coisa fosse desativada, sabotada ou destruída? Pois é, lá vamos nós com essa história de “os estrangeiros são vilões porque tem inveja de nossa liberdade”, ou seja lá o que isso significa.

Antes eles tinham que inventar algum inimigo externo para combater (nazistas, comunistas), depois que todos estes acabam, eles inventam um inimigo interno (terroristas, Occupy, Annonymous) e agora precisam inventar algum inimigo externo que precisa de suas máquinas assustadoras para ser ameaçadores (não que os americanos deixaram de ser ameaçadores para outros quando tinha a supermáquina).

Para uma guerrilha, esses Ghosts são muito bem equipados: um estoque absurdo de tanque e robôs assassinos, espingarda de todos os tipos e várias bugigangas futurísticas. Sua primeira missão no Ghosts? Arrombar uma base militar com um carro e sair atirando loucamente. Bem apropriado para uma guerrilha que diz gostar de atacar "que nem fantasma" (ironia).

Tipo, eu entendo que muitos podem interpretar como uma indireta a vilanização do Hugo Chavez (corrigindo: Maduro), considerando que a Federação é produtora de petróleo. Mas o pior é que o principal vilão da história é um amigo do pai do protagonista. Ou seja: os nativos não são competentes o suficientes para serem antagonista da história, pelo menos nem tanto quanto o “homem branco”. Tipo, não basta só roubarem a super-máquina; é preciso roubar o homem branco e fazer “ritual tribal” de manipulação mental nele.

O vilão não é mal porque ele é de uma etnia ou tem uma nacionalidade diferente; ele é vilão porque é um americano que não está alinhado com a ideologia norte-americana (Macartismo?).

É verdade que ninguém aqui no Brasil apontou que este jogo era racista, pelo menos? Digo, uma invasão de latinos nos EUA é exatamente uma analogia a imigração e essa necessidade de se proteger “deles” é algo extremamente xenofóbico (pra não dizer racista).

CONCLUSÃO:

Como visto essa postagem, o enredo do single player só tende a piorar ano após ano. Eu temo pelo que virá a seguir, não porque tenho pena da franquia (eu nem me importo por ela), mas por sua enorme influência na indústria dos videogames.

Eu não estou pedindo para que Call of Duty seja menos conservadora ou ser de esquerda ou colocar os americanos como vilões ou os russos/árabes como mocinhos. Eu sei que o foco não está no single-player. Só peço para que não sejam racistas e xenofóbicos. Afinal de contas, isso poderia atrair mais consumidores.


Lançado há poucas semanas, Titanfall é um game para consoles completamente multiplayer online. Não sei se essa é a direção correta a ser tomada por franquias que se sustentam de multiplayer online, mas essa é um assunto a ser discutido em outro momento.