sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Videogames como esporte

Preciso falar sobre isso antes de acabar os eventos esportivos aqui no Rio. Um dos assuntos mais debatidos sobre videogames reside na dúvida se videogames podem ser considerados como esporte. 

O senso comum dita que é uma impossibilidade pois o fenótipo do típico “Gamer” é antagônico ao do típico atleta, ou seja, sedentário, obeso mórbido, sem cuidado com higiene e alimentação. Existe uma forte noção popular que esporte é sinônimo de saúde.


Segundo o conceito de saúde da própria Organização Mundial da Saúde (conjunto de bem-estar físico, mental e social), esporte não é algo que a gente pode chamar de sinônimo.

A palavra esporte vem do francês “desport”, que significa prazer, lazer e diversão; com a variável do inglês “sport” que significa competição ou atividade que necessita habilidades físicas ou mentais seguidas por um conjunto de regras.

Flamenguistas e Vascaínos devem reconhecer Renato Abreu e Everton Costa, respectivamente, jogadores profissionais de futebol que tinham arritmia. Colegas de profissão, Serginho e Marc-Vivian Foé faleceram subitamente durante atividade. Será que eu preciso mencionar os atletas paralímpicos?

Ou seja, esporte não é saúde, é RENDIMENTO.

A questão agora é saber quais videogames podem ser considerados como esporte.

O primeiro obstáculo está na consistência da regra do jogo. Quando nós temos um aumento exponencial de jogos sendo lançados, fica difícil se conter a um em específico e, mesmo em franquias as regras do jogo mudam um pouco para fazer o jogador querer comprar a novidade. Futebol, basquete e vôlei tem basicamente as mesmas regras durante décadas mas Super Mário migrou de gêneros nos seus anos de existência.

Para que o jogo vire um esporte, é preciso que a franquia em questão tenha uma base sólida de regras, mecânica e jogabilidade que permitiria atletas profissionais a dedicarem as suas vidas naquilo e nos telespectadores a entender o que estão jogando. Temos vários exemplos como Counter Strike, Team Fortress, PES, FIFA, Call of Duty, Battlefield, DOTA e League of Legends.


Outro obstáculo importante é que o jogo precisa ser divertido não apenas para quem está jogando mas também para quem está assistindo. É emocionante assistir e jogar vôlei na praia ou futebol no campo mas assistir um MMORPG é confuso pela quantidade de número/palavras arremessados na tela se você for um iniciante ou dá vontade de jogar aquilo gerando frustração se você já estiver habituado naquele jogo.

Outro fator superimportante é que o atleta em questão é um ser humano. Telespectadores gostam de torcer para alguém ou alguma nação que tem uma história de vida interessante e motivante, algo que veja nesses atletas um ídolo, um ícone a ser seguido. É por isso que reality show faz tanto sucesso. Katniss pode ser uma baita arqueira, mas se não fosse seu carisma jamais ganharia os Jogos Vorazes.


Dito tudo isso, é impressionante ver o crescimento exponencial dos e-sports (esportes eletrônicos) nos últimos quatro anos, sendo capaz de até lotar estádios de futebol. A questão agora é saber se videogames podem ser considerados esportes olímpicos. Aí é com a COI.

Nenhum comentário:

Postar um comentário